Costureiras investem em moda sustentável, peças exclusivas e miram no público agênero no interior de SP

  • 25/05/2025
(Foto: Reprodução)
Dia da Costureira é comemorado neste domingo (25). O g1 traz a história de duas profissionais que transformam roupas e retalhos descartados em arte em Araraquara. Costureiras de Araraquara investem em moda sustentável, peças exclusivas e agênero Moda sustentável, artesanal e criativa em forma de camisas, vestidos, macacões e saias. Duas costureiras de Araraquara (SP) transformam peças de roupas usadas e retalhos em tecidos únicos cheios de personalidade e miram no público agênero. No Dia da Costureira, comemorado neste domingo (25), o g1 traz histórias de confecções que respeitam o meio ambiente e o consumo consciente através das mãos das empreendedoras Damarys Tofoli Neves Sambiase, de 49 anos, e Sueli Pereira Sanches, 61 anos. 📲 Participe do canal do g1 São Carlos e Araraquara no WhatsApp “A minha costura é para dar um novo sentido às peças, transformando-as. É uma arte. Mas quero principalmente conscientizar as pessoas sobre a importância da reutilização para o meio ambiente”, disse a costureira Sueli, proprietária da marca artesanal Custô. Damarys Tofoli e Sueli Pereira são costureiras de Araraquara e criam peças únicas e criativas Arquivo pessoal Moda agênero Com linhas, agulhas e muita inspiração, os tecidos ganham vida e modelos de vestuário fora do padrão. 👕👗 O público é agênero, ou seja, quando não há identificação de gênero feminino ou masculino. As costureiras também comentaram que as roupas vestem várias idades, do jovem ao idoso. “Minhas roupas são agênero e não seguem padrões de medidas universais, porque cada corpo é único. Acredito que precisamos mudar os padrões da moda e sobretudo evitar o descarte de tecidos”, explicou Sueli. A confecção artesanal de Damarys, “Tramas da Dama”, investe em kimonos, camisas e calças artesanais para todos os públicos. A clientela masculina é muito presente, assim como a feminina. “Gosto de trabalhar com uma linha mais leve e versátil, roupas que vestem vários corpos e devem ser usadas em qualquer ocasião”, contou. As costureiras costumam expor em feiras de Araraquara e mantêm ateliês na cidade. Sueli toda orgulhosa ao lado de músicos da banda Frã Finamore que vestiu camisetas feitas por ela em show de Araraquara Arquivo pessoal LEIA TAMBÉM: CONSUMO CONSCIENTE: Mãe e filha transformam retalhos de tecidos descartados em bolsas únicas no interior de SP: 'Foco na sustentabilidade' ARTE ECOLÓGICA: Reaproveitamento: sementes, roupas e chinelos usados e até bagaço de cana viram arte nas mãos de artesãos em São Carlos Arte da transformação 👖 Sabe aquela calça jeans que não serve mais, ou se desgastou com o tempo e está no guarda-roupa esquecida? É a matéria-prima mais utilizada por Sueli em suas criações. Novas calças, croppeds, macacões e shorts estão entre alguns dos itens produzidos a partir da reutilização dessas peças. Sueli gosta de dar novo sentido às roupas que seriam descartadas, ou até mesmo às peças novas que saíram de linha. Por exemplo, para criar um macacão jeans, ela chega a usar retalhos de até 7 calças jeans. O resultado é um modelo exclusivo repleto de texturas, bolsos e cores diferentes, como um patchwork. Esta técnica na costura é chamada de upcycling, ou seja, uma transformação de resíduos e materiais que seriam descartados em produtos novos e únicos. Um modelo de camisa criado a partir de calça de alfaiataria com o bolso traseiro na frente da camisa é mais um exemplo de sua criatividade. “Na costura upcycling não fazemos conserto e sim juntamos peças com outras, criando e transformando em novas. No meu caso criando vários modelos, todas peças únicas, que é o diferencial dessa técnica”, contou. Sueli produz roupas criativas a partir de retalhos de peças descartadas de jeans, entre outros, em Araraquara Arquivo pessoal Já Damarys trabalha com retalhos industriais que seriam descartados e também com retalhos de tapeceiros locais. “Quando me entreguei de verdade à costura, eu queria fazer diferente. Procurar materiais, processo de produção, modelagem que fosse diferente da produção industrial. Cada peça é pensada, cortada e costurada de uma forma artesanal e não tem como essa energia estar associada a grande escala de produção”, disse. Damarys (dir) garimpa retalhos para as suas criações únicas em ateliê de Araraquara Arquivo pessoal Moda consciente e criativa Para as costureiras, o grande diferencial da confecção artesanal é o cuidado com o meio ambiente e o controle do desperdício de recursos naturais. Segundo dados do Pegada Hídrica Vicunha e da Organização das Nações Unidas (ONU), a produção de uma calça jeans gasta em média 5 mil litros de água. “A maior preocupação não é com a concorrência e sim com o meio ambiente e a indústria têxtil, devido ao processo de fabricação principalmente do jeans e do tecido sintético, excesso de consumo de água e dejetos na natureza. O meu trabalho de costureira é diferenciado, não é costura em série feito nas indústrias com grande quantidade de peças. É costura criativa, peças únicas, porque são criadas de roupas usadas que foram descartadas para doação e vendas, e também por roupas novas que já saíram de linha, ou que foram doadas para vendas em entidades”, contou Sueli. Ao contrário da produção em série, cronometrada nas grandes indústrias da moda, o tempo de fabricação de uma peça das costureiras pode variar muito. “Esse é um grande diferencial no trabalho artesanal. As peças geralmente são únicas sim e só o processo de corte e costura pode levar em média 6 horas, sem contar todo o processo de lavar, passar e revisar o tecido antes de levar para a produção”, comentou Damarys. Retalhos se transformam em roupas cheias de personalidade na mão da costureira Damarys de Araraquara Arquivo pessoal Inspiração Algumas peças da coleção da Tramas da Dama levam nomes como “Daiana” e “Suzana”. Para Damarys, as mulheres são as suas maiores inspirações para criar os modelos, como os vestidos cheios de cores, estampas e movimentos. “Os nomes são uma forma de homenagear mulheres que fizeram a diferença no mundo e na minha vida. Não são as roupas que vestem as pessoas e sim as pessoas que vestem as roupas. O que quero dizer é que cada pessoa faz aquela roupa ser o que é, com sua energia e vontade de vestir”, contou. Sueli comentou que a paixão pela costura criativa a inspira porque a partir da reutilização e transformação das peças acaba colaborando com o planeta. A profissão a acompanha desde a juventude e a principal motivação é ver as pessoas felizes vestindo uma de suas criações. "Faço um trabalho de formiguinha, né. E quando as pessoas vestem as minhas roupas e se sentem felizes, isso para mim é uma grande inspiração", conclui. REVEJA VÍDEOS DA EPTV CENTRAL: Veja mais notícias da região no g1 São Carlos e Araraquara

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2025/05/25/costureiras-investem-em-moda-sustentavel-pecas-exclusivas-e-miram-no-publico-agenero-no-interior-de-sp.ghtml


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